segunda-feira, setembro 24, 2007

[Mercado] Empresas de TI procuram profissionais

Fonte: IT Web

Para refletir. Embora possa parecer uma crise é uma fonte de oportunidades única. Vamos aproveitar!
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A formação de mão-de-obra especializada hoje não dá conta da demanda do setor. Há cerca de duas semanas, a Navita Tecnologia, de Florianópolis (SC), publicou um anúncio oferecendo oito vagas para especialistas em desenvolvimento de programas de computador. Recebeu cerca de mil currículos. Entretanto, nenhuma das vagas foi preenchida até agora. Segundo Fábio Nunes, um dos sócios da empresa, o perfil ideal do profissional, que inclui graduação superior e pelo menos três anos de experiência, está difícil de ser encontrado. "A formação de mão-de-obra especializada hoje não dá conta da demanda que a gente tem", comenta Nunes.

A Navita não é a única empresa que sofre com o problema no País. O setor de tecnologia da informação, em geral, está em ebulição. Segundo um levantamento mensal da Right Management, em agosto, quase metade (49,2%) das vagas para o setor de serviços em São Paulo foram para a área de TI. Por conseqüência deste aquecimento, faltam pessoas gabaritadas para atuar em várias frentes, desde o "chão de fábrica" até os postos mais elevados.

O problema é que, no segmento de TI, o chamado "chão de fábrica" inclui profissionais com graduação em Ciências da Computação, Sistemas de Informação e Engenharia da Computação. Exigências das quais a Navita abriu mão, para conseguir o conhecimento de que necessita. "O importante para nós é a experiência profissional nas vagas que estamos oferecendo", diz Nunes.

A situação ilustra uma realidade do mercado. Estatísticas do Ministério da Ciência e Tecnologia apontam um déficit de 20 mil profissionais no segmento. E o quadro tende a ser agravar: estimativas apontam um crescimento médio de 11% ao ano no setor até 2009. Já a Sociedade Brasileira para promoção da Exportação de Software (Softex) prevê 230 mil vagas abertas até 2012, incluindo o segmento de software e correlatos.

Por conta da escassez de profissionais, as taxas de desemprego são baixas. Hoje, segundo o diretor acadêmico da Faculdade Módulo, Wagner Sanches, o percentual de desocupados na área é de apenas 1% entre os pós-graduados. Já entre os profissionais que fizeram apenas a faculdade, o índice é de 2%. Além disso, a média salarial está em torno de R$ 3 mil. "Um estagiário da área inicia a carreira com R$ 800", revela o especialista em TI.

À caça de talentos Para escapar desta crise, a Message Informática, do Rio de Janeiro, criou uma campanha que premia com R$ 300 o funcionário que indicar um profissional qualificado para preencher as vagas em aberto. Atualmente, a empresa tem 35 profissionais especializados em análise de sistemas. Do total, 50% têm curso superior completo, 25% são pós-graduados e 25% ainda estão na faculdade. "Estamos sempre com vagas abertas em nosso cadastro. Sentimos falta de profissionais qualificados no mercado. Por isso, a política é investir nos da casa", diz o diretor Marcelo Erthal.

Um dos especialistas em análise de sistemas da Message, Alexandre Souza, trabalha junto a um dos clientes da empresa, a Casa & Vídeo. Após o lançamento do programa de bônus, Souza indicou 10 profissionais, que acabaram se tornando seus colegas na empresa. "Não é fácil encontrar profissionais qualificados hoje. Conheço muita gente no setor e fiz um trabalho específico de caça-talentos", diz.
A Nexxera, empresa que desenvolve soluções de conectividade e gerenciamento financeiro, aumentou seus quadros em 30% neste ano. Há alguns dias, a companhia publicou um novo anúncio, com vagas para desenvolvedores Java e estagiários. Com 120 funcionários, a Nexxera tem matriz em Florianópolis (SC) e sedes em outras cinco capitais. "Ao mesmo tempo em que falamos em desemprego, temos vagas sobrando na área de TI. A maioria dos profissionais não está preparada para o mercado, o que exige investimentos da empresa para uma melhor formação", afirma o gerente de tecnologia da empresa, Andrey Abreu.

Por isso, a Nexxera tem desenvolvido parcerias com universidades e entidades, com o objetivo de desenvolver novos profissionais. Entre as instituições que participam do Projeto Techpeople está a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). "Uma fábrica de software foi criada para atuar no mercado de produção sob encomenda. A idéia é aumentar a produção da empresa por meio dos trabalhos realizados pela equipe e possibilitar o crescimento e amadurecimento dos profissionais envolvidos", diz o diretor de projetos especiais da Nexxera, Alexandre Machado.