quinta-feira, dezembro 07, 2006

[Mercado] Brasil x Índia: oportunidades e desafios na exportação de software

Fonte: IDGNOW

Recebi esta nota de meu amigo Nivaldo. Interessante notícia que mostra o porquê, se analisado a fundo, do sucesso da India no mercado de software naquele país. Um dos componentes claros é o aspecto cultural, que os tornam metódicos a ponto de seguir qualquer procedimento organizado. Desta forma, fico imaginando se nosso "jeitinho brasileiro" é realmente uma maneira eficaz de lidar com processos padronizados, ainda mais com nossa grande mania de "tirar vantagem em tudo".

Pensando nisto, discuti recentemente com um colega de trabalho a respeito das diferenças culturais entre nosso povo e de outros países. Claramente, um dos aspectos que chama a atenção é a incrível mania do brasileiro em ser esperto consigo e com todo o mundo. Sei que estou generalizando um pouco e, talvez, sendo injustos com uma parcela significativa da população que tem atitudes sérias. Mas, o fato é que não iremos tornar esta terra como o "país do futuro" se não tivermos uma ação séria e participativa, seja nos estudos, principalmente, seja no desejo de crescimento profissional. Por enquanto, diria que estamos em terra de cego... Mas, vai mudar... aguardem.

Ao caminhar pelas ruas caóticas de Bangalore, disputadas por vacas, transeuntes desatentos, ciclistas, motos, carros e rickshaws (triciclos motorizados de capota amarela que carregam passageiros pela cidade afora), é difícil crer que estamos no coração do maior centro de desenvolvimento offshore de software do mundo. Mas com a força de quem fatura 18 bilhões de dólares com softwares e serviços (dados da Frost&Sullivan), a Índia se coloca ao Brasil ao mesmo tempo como um exemplo de sucesso e uma barreira a ser transposta.

Não à toa, um dos grupos mais engajados no desenvolvimento de software offshore no Brasil adotou o nome de Brasscom, uma alusão ao poderoso grupo indiano Nasscom. Entre os analistas, o consenso é de que precisamos sim olhar para o além mar para entender o que deu certo na Índia, mas é preciso, não obstante, olhar para dentro da nossa casa e entender o que temos de melhor para poder competir com este gigante ou até mesmo cooperar com ele.

As razões para os sucesso da Índia como pólo exportador de serviços, processos de backoffice (BPO, do inglês Business Proccess Outsourcing) e software são amplamente discutidas – afinal, quem não quer a fórmula mágica para atrair tantos investimentos?

Do ponto de vista dos analistas brasileiros, o que explica a explosão da Índia como pólo de offshore são fatores como a língua inglesa, herança da colonização britânica, e a disposição do governo em incentivar a exportação de software. Os observadores brasileiros também apontam a vocação e a disposição dos indianos para trabalhar de acordo com processos padronizados de desenvolvimento como um diferencial, sem falar, é claro, dos custos reduzidos da mão de obra.

1 Comments:

At 10:42 AM, Anonymous Anônimo said...

Amigo Grinaldo, você não está sendo injusto em "generalizar", porque simplesmente está citando algo que é mesmo da maioria. Não que devamos nos conformar, obviamente, porém é a realidade, infelizmente.

A IBM está investindo pesadíssimo na Índia, eu vi de perto essa mudança pois "enfiaram" simplesmente OITO deles na minha equipe, sendo 5 da equipe de testes e mais 3 "developers". E não é forçação de barra, o projeto cresceu e ganhou mais investimento mesmo. Realmente eles são super metódicos (vejo nos e-mails que eles me mandam com dúvidas sobre o projeto), bem objetivos e concentrados.

Inclusive o Thomas Friedman disse num artigo que a Índia e China estão tentando inspirar mais criatividade nos seus estudantes (pois são culturamente rigorosos), enquanto que Grã-Bretanha e EUA estão exigindo mais rigor em Matemática e Ciências, justamente por achar que a Inovação é freqüentemente a síntese da Arte e da Ciência.

Outro ponto importante: o presidente do país deles, Dr. A.P.J. Abdul Kalam, é "um de nós", especializado em Engenharia Aeronáutica, cientista e grande incentivador da pesquisa espacial e tecnológica no seu país. O nosso presidente é um operário - sem ofensas, mas a forma de raciocinar é indubitavelmente distinta. Veja em: http://www.presidentofindia.nic.in/

Finalmente, acredito que a Índia seja um excelente parceiro, ao mesmo tempo em que se torna um TERRÍVEL concorrente nesse sentido. Portanto, se eu fosse investir em tecnologia, certamente o faria COM a Índia, e nunca CONTRA eles.

(desculpe o comment enorme!)

 

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