sexta-feira, março 26, 2010

[Mercado] Empresários de TIC da Bahia pleiteam condições especiais para abraçar a proposta do TECNOBAHIA

FONTE: TI BAHIA

As vantagens apresentadas pelo governo com o objetivo de atrair investidores para o primeiro Parque Tecnológico da Bahia (Tecnobahia), em construção na Avenida Paralela, despertaram o interesse inicial dos empresários baianos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). A área é uma das prioritárias, ao lado de Biotecnologia e Saúde; Energia e Ambiente e Engenharias. A possibilidade de expansão dos mercados e os incentivos fiscais, tais como a redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) de 5% para 2%, redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviço), além de isenção do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e do ITIV (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis) até 2018 são alguns dos atrativos. "Mas os empresários baianos de TI estão pleiteando condições melhores, inclusive para pequenas empresas, que possam de fato garantir maior competitividade frente aos investidores de outros estados", afirma o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação - Bahia (Assespro-Ba), Elton Almeida.

Durante reunião, nesta semana, entre empresários e governo - leia-se Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) e Secretaria de Comércio e Serviços da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM) – uma das solicitações da categoria foi "a obtenção de preços abaixo dos de mercado para aluguéis, terrenos e construção dos imóveis que poderão ser ocupados pelo empresariado baiano no Parque, caso sejam dadas as condições para isso", declara o empresário de TIC, Urbano Castro.

Os empresários de TIC tem seus motivos para se preocupar. Nos últimos anos, diante do êxodo do centro de decisão das grandes empresas para outros estados, houve perda de competitividade frente a outros estados, inclusive menores que a Bahia como Pernambuco, Santa Catarina e Ceará. Além disso, faltam políticas públicas específicas para o setor. "Precisamos de ações de governo que viabilizem a sobrevivência do segmento. E, da parte das empresas, é preciso haver mais iniciativas em conjunto, pois não temos ainda a cultura do associativismo. Cooperados e apoiados pelo governo, poderemos contribuir para que o Tecnobahia seja um vetor de desenvolvimento importante de Tecnologia, Inovação e Ciência no Estado", diz o presidente do Softex Salvador, João Barroso.

"Mesmo diante das dificuldades, as empresas baianas de TIC devem registrar incremento de 28% no faturamento em 2010, frente ao ano anterior. O trabalho em rede, a oferta de soluções conjuntas ao mercado e, principalmente, a capacitação em gestão empresarial são algumas das soluções encontradas pelos empresários baianos para aumentar a competitividade no cenário nacional", conta o presidente da Assespro-Ba, Elton Almeida.

Para levantar as principais necessidades e demandas do setor e obter dados para construção de políticas que viabilizem a presença das empresas baianas de TIC no Tecnobahia, a SECTI elaborou um questionário que será aplicado pela ASSESPRO-Ba junto aos empresários nos próximos dias. O resultado desta pesquisa servirá de base para a formação de políticas que complementem a lista de atrativos do Tecnobahia para as empresas baianas de TIC.

Integração

De acordo com o superintendente da SICM, Adhvan Furtado, um dos aspectos mais positivos da proposta do Parque Tecnológico é a possibilidade de integração entre as universidades, o setor público e as empresas para gerar inovações tecnológicas. "Fomentar o desenvolvimento de tecnologias será o propósito dos recursos que serão investidos em bolsas, pessoal, equipamentos e infra-estrutura", diz.

As obras do Tecnobahia continuam em ritmo avançado. A estrutura viária está praticamente finalizada. O destaque atual é a construção do TecnoCentro. O primeiro edifício do Parque Tecnológico vai abrigar as principais instituições de suporte de ciência e tecnologia, será um ambiente de articulação entre a academia e as empresas e vai disponibilizar uma série de serviços para as empresas que vão se instalar no parque. Para isso, contará com um escritório de projetos, observatórios voltados para as áreas prioritárias, Núcleos de Inovação Tecnológica, incubadoras, auditórios, salas de videoconferência e salas de projeções 3D.

O Tecnobahia, que deve ocupar 500 mil metros quadrados, foi concebido para atrelar o desenvolvimento científico e tecnológico ao setor produtivo e se constitui no principal instrumento de atração de pesquisa de ponta, abrigando um consórcio de pesquisas universitárias, incubadoras e empresas de base tecnológica. "Ele deve gerar empregos de alto valor agregado, aumentar a capacidade de inovação regional, fixar mestres e doutores no Estado, estimular a comercialização de pesquisas, popularizar a ciência e desenvolver a economia regional sustentável", aponta o Coordenador Executivo do Parque Tecnológico de Salvador (SECTI), Cláudio de Mello.

Nos Estados Unidos e Canadá, há mais de 200 parques tecnológicos. São 60 no Reino Unido, 80 na França e 35 na Espanha. Mas não são apenas os países desenvolvidos que investiram nessa modalidade de concentração de investimentos tecnológicos em um só lugar. Na África existem 50 parques. No Brasil, há 16 na região Sul (oito só no Rio Grande do Sul), 9 em Minas Gerais, 5 no Rio de Janeiro e 4 em São Paulo.