quinta-feira, outubro 12, 2006

[Mercado] TI: empresas brasileiras apontam problemas dos países concorrentes

Fonte: Último Segundo

Interessante esta notícia da Agência Estado por mostrar um pouco da realidade do desenvolvimento de software na Índia. Vejo com bons olhos as oportunidades que podem surgir para o Brasil, especialmente devido à fatores como localização geográfica (A Bahia fica mais perto dos EUA que São Paulo e Rio. :D ) e qualidade da mão-de-obra. Ao que parece, nem tudo são flores na produção de software na Índia. Entretanto, a grande barreira a ser vencida neste momento é a língua. Pelo visto, as escolas de inglês daqui de Salvador terão superlotação no próximo ano...

"Estamos entrando em um novo ciclo favorável para o setor", declarou o executivo-chefe para as operações da Politec nos EUA, Dalton Luz. "As empresas que fecharam contratos com a Índia para terceirizarem seus serviços estão encerrando um ciclo e já adquiriram uma consciência importante sobre contratos e operacionalização dos serviços", disse. "Agora, o Brasil só tende a se beneficiar."

Segundo Luz, o fuso horário tende a ser um diferencial importante na disputa por novos contratos. "Esse é um dos principais fatores da alta rotatividade nas empresas de TI da Índia. E isso aumenta os custos", disse. A vantagem do fuso horário também consta do material de divulgação da Actminds, outra empresa brasileira presente no evento.

Luz afirmou que outro fator é a alta dos salários de TI no país asiático. "Há várias empresas disputando mão-de-obra e isso tem alavancado o preço/hora do funcionário indiano", completou.

A logística também é um aspecto que conta a favor do Brasil, avalia o executivo. "Enquanto se leva de 10 a 13 horas para chegar ao Brasil, em vôos diretos, o cliente norte-americano leva aproximadamente 30 horas para se chegar à Índia", destacou Luz. A Politec tem hoje cerca de 25 a 30 clientes nos EUA.

Quanto à preocupação com a China, Luz acredita que ela é apenas de longo prazo. "O país tem uma disponibilidade inacreditável de mão-de-obra. Mas ainda tem que treiná-la", observou.

A preocupação com a preservação da propriedade intelectual na China também diminui a competitividade do país na busca de clientes nos EUA. Um exemplo dessa questão foi dado pelo diretor de desenvolvimento da Magneti Marelli, Fernando Damasceno, um dos membros da equipe de desenvolvimento de um software que calibra a mistura de combustível em carros com motor flex.

Segundo Damasceno, ao fechar um acordo com a montadora chinesa Cherriy para equipar carros da empresa com seu software, a companhia optou por uma versão antiga do produto. "Eles podem comprar sim e faz todo sentido terem carros bicombustíveis."