[Mercado] Nordeste pode ajudar País a brigar com Índia em serviços de TI
Incentivos locais e possibilidade de fornecer serviços com preços mais próximos aos níveis asiáticos aumentam força da região no setor.
Por RODRIGO AFONSO, DA COMPUTERWORLD
O setor de tecnologia da informação no Brasil tem feito esforços para fazer crescer sua participação no mercado global de TI. A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) calcula que o País encerrará 2009 com um total de 3 bilhões de dólares em exportação de softwares e serviços na área de TI - 36% maior do que o exportado pelo País em 2008. Para 2010, a meta é atingir 3,5 bilhões de dólares em negócios no exterior.
A competição é dura, especialmente com fornecedores asiáticos, que se destacam pela escala e mão de obra barata. Para competir nesse cenário, o País também precisa achar fórmulas para reduzir o preço dos serviços, mantendo a qualidade dos serviços como diferencial competitivo.
E uma das formas encontradas para viabilizar essa receita é investir em pólos de tecnologia que proporcionam custos menores para a operação, como alguns já formados no Nordeste. Em junho de 2008, Computerworld já mostrava a importância dos pólos tecnológicos para fortalecer o mercado de TI nacional.
Um dos exemplos é Fortaleza. A cidade vem promovendo, nos últimos três anos, levantamentos e acordos de cooperação para elaborar um conjunto integrado de políticas públicas de desenvolvimento local da tecnologia. "O grande desafio é a formação de força de trabalho qualificada para aproveitar a janela de oportunidade para criar mais de 50 mil empregos de TI em 15 anos", diz o coordenador de TI da prefeitura de Fortaleza, Cristiano Therrien.
As iniciativas de município vão desde incentivos fiscais para fomentar a economia local até exposições para divulgar os serviços da região no exterior. "Tecnologia é vista como estratégica, pois tem o poder de impulsionar todos os demais setores da economia", completa Therrien.
Uma das empresas que busca aproveitar essas oportunidades é a iFactory, fábrica de software que conta com operações bem focadas no Ceará. A consultoria, que já foi representante exclusiva da Vignette, aponta que consegue oferece serviços a um custo 40% menor por meio das suas operações no Nordeste.
"Os serviços ainda são mais caros que na Índia, 20% em média, mas temos diferenciais que ajudam a vender: localização estratégica no fuso horário, cultura mais adaptável, além de um diferencial na qualidade do serviço", afirma o diretor de negócios da companhia, Adriano Patrão.
A fábrica de software, que tem 80 funcionários, aposta que esse número deve subir cerca de 40% no próximo ano e investe nos centros locais de formação para ter pessoal qualificado na equipe. A empresa mantém parceria com uma das instituições do Ceará, a Faculdade Católica Rainha do Sertão, onde instalou uma unidade em troca de treinamento.
"Já estamos na fase do treinamento e vamos recrutar profissionais da universidade para trabalhar na empresa. Além de absorver recursos humanos, a iFactory apoiará a faculdade, cedendo consultores para cursos e palestras", conta Patrão.
A exportação está nos planos da iFactory como uma das principais apostas de crescimento. A companhia pretende atuar nas áreas de help desk e desenvolvimento de software, em princípio, nos mercados onde a companhia já está presente: Estados Unidos, México, Argentina e Chile.
Hardware
A Daten Computadores, fabricante de equipamentos de informática, também renova continuamente suas apostas no Nordeste. Recentemente a empresa anunciou o investimento de 1 milhão de reais na unidade de Ilhéus, no estado da Bahia.
"Além do incentivo, o pólo tecnológico local fornece todo um conjunto de suprimentos e logística que motiva investimentos na unidade. Só com esse investimento, contatamos mais 40 funcionários", conta Frederico Andrade, diretor de marketing da Daten.
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