[Mercado] Boas oportunidades, profissionais escassos
Fonte: ComputerWorld
“Empresa procura: estudante universitário ou recém-formado em Tecnologia da Informação para atuar na área de mainframes. Experiência desejável, mas não imprescindível. Oferecemos benefícios e remuneração compatível.” O anúncio fictício até pode parecer uma oferta de emprego feita há mais de uma década, mas de fato
ele reflete a necessidade cada vez mais freqüente das companhias que decidiram manter suas fichas apostadas no mercado de mainframes e hoje não raro conduzem verdadeiras peregrinações até encontrar um profissional com perfil compatível.“O que está faltando no mercado é aquele profissional júnior, em fase de graduação, focado em programação para mainframes. Esse perfil é necessário para formar novas
equipes de projeto, que não admitem um executivo sênior. Hoje a maioria das universidades já não forma nessa área”, comenta Giseli Reche, diretora de recursos humanos da consultoria Hold TI, que, entre outros projetos, conduz projetos terceirizados de desenvolvimento.De acordo com a executiva, a abordagem deficiente sobre os mainframes na área acadêmica também refletiu em um desestímulo quase generalizado por parte dos estudantes em relação a tal tecnologia. “Hoje a paixão é web. Mesmo tendo em vista que os mainframes não morreram, não costumam ter tal tecnologia como primeira opção de trabalho”, ressalta.
Para tentar amealhar profissionais nesse segmento, a companhia decidiu estabelecer parcerias com universidades e criar um programa que prevê treinamento completo ao funcionário ou estagiário. Durante os três primeiros meses os profissionais terão apenas aulas sobre a tecnologia, ao passo em que recebem remuneração e benefícios tradicionais. Posteriormente, o profissional ingressa nas operações da fábrica de software ainda monitorado, enquanto na terceira e última etapa é incorporado aos projetos efetivamente, caso apresente bom desempenho nas fases anteriores.
A IBM é outra companhia que decidiu recorrer às parcerias com instituições de ensino para captar novos profissionais para mainframes. O acordo com a Unicamp é um exemplo de formação de mão-de-obra logo na fonte e, segundo Paulo Perini, gerente de estratégias da área de mainframes da companhia, as oportunidades tendem a crescer ainda mais nos próximos tempos. “Hoje o Brasil virou foco de muitos projetos de data center, por exemplo, que ficam mais competitivos comparados ao primeiro mundo. Nesse cenário, ter profissionais que sustentem essa estrutura é essencial”, comenta.
Na prática, as chances de crescimento no mercado de mainframes estão ainda além dos fornecedores e atingem também o profissional de TI. Segundo analistas, abraçar caminhos alternativos, como os mainframes, ao invés de tecnologias em grande evidência atualmente pode ser uma opção interessante para o plano de carreira. Vale prestar atenção nas oportunidades. Novas e graúdas vagas devem continuar aparecendo.
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